Whatsapp Sono de qualidade X Tempo de sono: o que realmente protege atletas contra infecções? | Dra. Joise Wottrich
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Sono de qualidade X Tempo de sono: o que realmente protege atletas contra infecções?

No mundo do esporte, o sono é amplamente reconhecido como um pilar fundamental da recuperação e do desempenho atlético. Muitos atletas monitoram suas horas de sono, buscando as recomendadas 7-9 horas por noite. Mas será que a quantidade de sono é o fator mais crucial para manter a saúde e evitar infecções?

Uma nova pesquisa liderada pelo Professor Neil Walsh, da Liverpool John Moores University, no Reino Unido, lança luz sobre essa questão, investigando a intrincada relação entre o sono e a saúde imunológica em um grupo de mais de 1300 recrutas militares submetidos a um intenso programa de treinamento de 12 semanas.

O desafio do sono para atletas

Apesar da crença generalizada na importância do sono, muitos atletas lutam para conseguir as horas e a qualidade de descanso ideais. Estudos anteriores já mostraram que, durante períodos de treinamento intenso, os atletas podem até passar mais tempo na cama, mas não necessariamente dormem mais. O sono tende a se tornar mais fragmentado, com mais despertares noturnos. Fatores como horários de treino (madrugadas para natação, noites para esportes coletivos), a pressão de conciliar treinos com outras responsabilidades e o próprio estresse do aumento da carga de treinamento podem impactar negativamente o sono dos atletas.

O estudo: Duração X Qualidade

Nessa nova pesquisa, os recrutas relataram seus hábitos de sono antes de ingressarem no treinamento. Em seguida, foram divididos em dois grupos: um manteve suas horas habituais de sono durante o treinamento, enquanto o outro dormiu duas horas (ou mais) a menos por noite. Os pesquisadores monitoraram a duração do sono e a percepção da qualidade do sono dos participantes, registrando também os casos de infecções do trato respiratório superior (ITRS) diagnosticados por médicos.

Resultados surpreendentes

Os resultados do estudo foram reveladores:

  • Restrição de sono aumentou significativamente o risco de infecções: Aqueles que dormiram menos tiveram um risco três vezes maior de desenvolver ITRS, confirmando achados anteriores.
  • A qualidade do sono foi o fator determinante: A associação entre a restrição de sono e as infecções foi fortemente influenciada pela qualidade percebida do sono. Os recrutas que dormiram menos e relataram má qualidade do sono apresentaram um risco mais que duas vezes maior de contrair ITRS.
  • Boa qualidade protegeu mesmo com menos horas: Surpreendentemente, o grupo que dormiu menos, mas relatou boa qualidade de sono, não apresentou um risco aumentado de infecção em comparação com o grupo que manteve suas horas habituais de sono.

Implicações práticas para atletas (e não atletas)

Essas descobertas são cruciais porque tanto atletas quanto a população em geral tendem a focar muito na quantidade de horas dormidas. No entanto, este estudo demonstra que a qualidade do sono é igualmente importante, senão mais, na proteção contra infecções, especialmente em períodos de maior demanda física e estresse.

Em termos práticos, isso significa que atletas devem priorizar estratégias para melhorar a qualidade do sono, e não apenas a duração. Criar um ambiente de sono ideal, estabelecer uma rotina relaxante antes de dormir, otimizar a higiene do sono e gerenciar o estresse podem ser tão importantes quanto garantir um número específico de horas na cama.

Conclusão

Este estudo inovador destaca que, embora a duração do sono seja importante, a percepção da qualidade do sono desempenha um papel fundamental na suscetibilidade a infecções durante períodos de treinamento intenso. Atletas devem, portanto, concentrar-se em otimizar a qualidade do seu sono para fortalecer seu sistema imunológico e garantir uma recuperação eficaz, indo além da simples contagem de horas dormidas.

POR: Dra. Joise Wottrich


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