Whatsapp Intolerância à Histamina: O que é e quais são os principais sintomas | Dra. Joise Wottrich
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Intolerância à Histamina: O que é e quais são os principais sintomas

O que é a intolerância à histamina?

A intolerância à histamina não é uma alergia alimentar clássica. Ela está relacionada à incapacidade do corpo de quebrar adequadamente a histamina devido a uma deficiência ou disfunção na enzima chamada diamina oxidase (DAO), que é responsável por degradar a histamina no intestino. Quando a DAO não funciona adequadamente, a histamina ingerida ou produzida pelo corpo se acumula, levando a uma série de sintomas.

Conforme relatado por Schnedl e Enko (2021), a intolerância à histamina tem origem no trato gastrointestinal, sendo resultado de uma função inadequada da DAO, frequentemente agravada por inflamação intestinal ou doenças crônicas. Esse acúmulo de histamina, se não degradado adequadamente, desencadeia os sintomas.


Quais são os principais sintomas?

Os sintomas da intolerância à histamina são amplos e variam de pessoa para pessoa. Eles podem ser confundidos com os de outras condições, como alergias, problemas gastrointestinais ou até mesmo reações a estresse. No entanto, os sintomas mais comuns incluem:

Sintomas respiratórios

  • Congestão nasal;
  • Espirros frequentes;
  • Coriza ou nariz entupido.

Sintomas gastrointestinais

  • Inchaço abdominal;
  • Dor de estômago;
  • Diarreia;
  • Náusea e vômito.

Sintomas dermatológicos

  • Urticária (manchas vermelhas e coceira);
  • Erupções cutâneas;
  • Flushing (vermelhidão na face e pescoço).

Sintomas cardiovasculares

  • Taquicardia (aumento da frequência cardíaca);
  • Hipotensão (pressão arterial baixa);
  • Dor de cabeça ou enxaqueca.

Sintomas neurológicos

  • Tontura ou vertigem;
  • Fadiga inexplicável;
  • Irritabilidade.

Esses sintomas podem se manifestar logo após a ingestão de alimentos ricos em histamina, como queijos envelhecidos, embutidos, vinhos, peixes defumados e frutas como o abacate e o tomate. Além disso, o estresse, o consumo de álcool e a presença de doenças inflamatórias intestinais podem piorar o quadro, como destacado por Comas-Basté et al. (2020).


Como diagnosticar e tratar a intolerância à histamina?

O diagnóstico da intolerância à histamina pode ser desafiador, uma vez que os sintomas são inespecíficos e podem se sobrepor a outras condições. No entanto, um bom ponto de partida é a avaliação dos níveis da enzima DAO no sangue e a observação dos sintomas após o consumo de alimentos ricos em histamina.

O tratamento geralmente envolve uma combinação de mudanças na dieta e o uso de suplementos de DAO, como apontado por Andrade (2021). Reduzir o consumo de alimentos ricos em histamina e adotar uma alimentação mais balanceada pode ajudar significativamente na melhora dos sintomas.

Além disso, Tuck et al. (2019) enfatizam a importância de tratar qualquer condição gastrointestinal subjacente, como inflamações ou infecções, que podem prejudicar a função da DAO e, consequentemente, agravar a intolerância à histamina.


Conclusão

A intolerância à histamina é uma condição real e pode ser bastante debilitante para quem sofre com seus sintomas. Embora o diagnóstico possa ser complicado, com a ajuda de um profissional de saúde qualificado e uma abordagem adequada à dieta, é possível gerenciar e melhorar a qualidade de vida. Se você suspeita que tem intolerância à histamina, procure um médico para uma avaliação completa e orientações personalizadas.


Referências:

  • Andrade VLA. Intolerância a Histamina. In Andrade, VLA. Manual de Terapêutica em Gastrenterologia e Hepatologia. Capítulo 85. No prelo 2021.
  • Comas-Basté O, Sánchez-Pérez S, Veciana-Nogués MT, Latorre-Moratalla M, Vidal-Carou MDC. Histamine Intolerance: The Current State of the Art. Biomolecules. 2020;10(8):1181. doi: 10.3390/biom10081181.
  • Schnedl WJ, Enko D. Histamine Intolerance Originates in the Gut. Nutrients. 2021;13(4):1262. doi:10.3390/nu13041262.
  • Tuck Ca, Biesiekierski J, Schmid-Grendelmeier P, Pohl D. Food Intolerances. Nutrients. 2019;11:1684. doi:10.3390/nu11071684.

POR: Dra. Joise Wottrich


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